quinta-feira, 7 de julho de 2016

BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO !! Excelente ! Então você pode se suicidar ? - Por James Walker





Isso mesmo. Não acredito em seres humanos que não cometam transgressões.

Para os "perfeitinhos", em regra beatos e puritanos, alerto que a imperfeição humana encontra abrigo, sobretudo, na dogmática cristã.

Somos imperfeitos e transgredimos (avançamos sinais, sonegamos ainda que minimamente, enfim, praticamos pequenos deslizes). Não obstante, suas transgressões são escusáveis, sob o seu próprio ponto de vista.

Já as transgressões alheias, sim, essas são passiveis de todo tipo de punição, inclusive a morte,.

Na ótica fascista, regra na sistemática jurídica brasileira contemporânea, nessa quadra em que a delação é paradigma de "prova", mesmo sem ser prova e, principalmente, sem nada provar, pois bem, para os fascistas de plantão, as transgressões legitimam a barbárie, em nome da defesa ideológica de uma assepsia social para extirpar o "mal" brasileiro da criminalidade.

A barbárie é a violação reiterada da constituição, a perseguição deliberada dos que pensam em contrário, a vulgarização da prisão e o menoscabo ao mais fundamental dos direitos, a liberdade.

Prende-se como remédio para os mais diferentes males, sem fatos ou argumentos válidos que revistam as prisões de legalidade, prende-se em nome da falsa ideologia anticorruptiva, é a comprovação empírica da persecução contemporânea do crime de heresia, brilhantemente exposto pelo professor Juarez Tavares no Encontro da ABRACRIM.

Aos pobres essa assepsia guardou o cárcere, por tudo ou por nada, mas como instrumento fascista e perverso de controle social, pois quando "eles" chegarem perto, a ponto da proximidade se tornar insuportável aos detentores do poder, restará sempre a prisão, sob os mais esquizofrênicos argumentos - para afastar o pobre do filho do rico na faculdade, a empregada do assento do avião - enfim, a prisão é a cura da sociedade doente, infectada que foi pela bactéria imunda da pobreza, aos olhos dos imundos de alma.

Mais podre é saber que, mesmo entre os pobres, existem aqueles que perderem a dignidade e a capacidade de se revoltar, lembrando-me Oscar Wilde ao afirmar que " A verdadeira tragédia do pobre é que só pode aspirar à renúncia. Os belos pecados, como as coisas belas, são privilégio dos ricos".

Volto ao título, o pecado do pobre, que será sempre crime, remete-o à condição de bandido, e bandido bom... 

Já o rico, pode fazer apologia à tortura, pode insinuar que uma mulher poderia sim, ser estuprada, mas não o será "porque é feia", o rico, ou o empoderado, pode determinar a vida alheia, pois o poder lhe confere esse poder sobrenatural, já o pobre, pode morrer miseravelmente e em silêncio, no mais das vezes como estatística de um auto de resistência, indigno de vida, parafraseando o amigo Zaccone.

De hoje por diante, toda vez que eu ouvir a frase "bandido bom é bandido morto", pedirei imediatamente um suicídio a quem verbalizar essa afronta ao ser humano.

A menos que o interlocutor me demonstre uma existência imaculada, já que se a heresia é legitimadora diária de centenas de prisões, somos todos hereges e, nessa condição, criminosos e pecadores por presunção.


Diante disso, suicide-se !!


  •         Autor:  Dr. James Walker

      Advogado na empresa Walker Advogados Associados

Trabalhou como Assessor Juridico na empresa Alerj

Trabalhou como Professor na empresa Universidade Presbiteriana Mackenzie

Trabalhou como Professor na empresa UCAM - Universidade Cândido Mendes - Direito

Trabalhou como Assessor Juridico na empresaCâmara Municipal Rio

Estuda Doutorado na Universidade Autônoma de Lisboa em UNIVERSIDADE AUTÓNOMA DE LISBOA

Estudou Direito processual penal na instituição de ensino Universidade Cândido Mendes - UCAM

Estudou Direito Penal e Compliance na instituição de ensino Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra

Estudou Corporate Compliance na instituição de ensino Fordham University School of Law

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